A escarlatina é uma infecção bacteriana que, embora mais comum em crianças, principalmente em idade escolar, pode afetar pessoas de todas as idades. Causada pelo mesmo grupo de bactérias que provoca a faringite estreptocócica, impetigo e erisipela, a escarlatina é conhecida por sua erupção cutânea vermelha característica.
É uma doença infecciosa aguda contagiosa que surge a partir da reação alérgica às toxinas que a bactéria produz, ou seja, pela hipersensibilidade.
A doença estava controlada nos últimos anos e apresentou uma alta. Os dados mostram que São Paulo registrou 4 surtos dessa patologia em 2022, e de janeiro a outubro de 2023, notificou 31 surtos da doença bacteriana.
A reação de muitas pessoas diante de um diagnóstico de escarlatina é de susto porque, de fato, a doença era considerada perigosa num passado distante porque não havia medicamentos capazes de eliminar a bactéria causadora do quadro. Com o advento da penicilina, no entanto, tudo mudou.
Combater a infecção é fácil, mas, sem o tratamento adequado, ela pode evoluir para formas graves, como nefrite e febre reumática.
Em resumo, a doença pode ser transmitida através do contato direto com secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como gotículas de saliva, ela se espalha rapidamente em ambientes fechados, incluindo, justamente, escolas e creches.
Como a doença se manifesta no ambiente escolar
As escolas são ambientes propícios para a propagação de doenças infecciosas, e a escarlatina não é exceção. A escarlatina é altamente contagiosa e pode, assim, se espalhar através do contato direto com uma pessoa infectada.
Tosse e espirros liberam gotículas no ar, que podem ser inaladas pelas crianças que estão no mesmo ambiente. Além disso, a bactéria que causa a doença pode sobreviver em superfícies como mesas, brinquedos e maçanetas, facilitando a transmissão.
Confirmado um caso de escarlatina na escola, tomar medidas rápidas para prevenir surtos é crucial, como:
1.Isolamento: Manter a criança infectada em casa até que ela esteja livre dos sintomas e tenha completado pelo menos 24 horas de tratamento antibiótico.
2.Higiene: Ensinar as crianças e incentivar toda a equipe a lavar as mãos regularmente e usar lenços descartáveis para tosse e espirros.
3.Desinfecção: Limpar regularmente superfícies e objetos compartilhados com desinfetantes eficazes ou álcool 70%.
4.Comunicação: Informar os pais e responsáveis sobre o surto e as medidas preventivas que estão sendo tomadas.
Sintomas e Diagnóstico
O período de incubação da escarlatina dura de 1 a 10 dias, e os primeiros sinais podem confundir-se facilmente com uma gripe ou dor de garganta. A febre costuma ser o primeiro sintoma, frequentemente ultrapassando os 38°C. Em resumo, essa febre alta pode durar de dois a sete dias.
Geralmente, a febre aparece juntamente com a dor de garganta. Além disso, a garganta pode ficar vermelha e inchada, e é comum a presença de manchas esbranquiçadas ou amareladas nas amígdalas.
Com o passar dos dias, outros sintomas podem aparece:
Erupção Cutânea: Uma característica marcante da escarlatina é a erupção cutânea vermelha que se assemelha a uma lixa. Começa geralmente no pescoço e no rosto, e depois se espalha para o tronco e membros. A erupção pode durar cerca de uma semana.
Língua de Morango: A língua da criança pode ficar vermelha e inflamada, com uma textura áspera que lembra, assim, a superfície de um morango.
Glândulas Inchadas: Os linfonodos no pescoço podem inchar e se tornar doloridos.
Náuseas e Vômitos: Alguns casos podem apresentar sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e dores abdominais.
Descamação da Pele: Após a erupção cutânea desaparecer, a pele pode começar a descamar, especialmente nas áreas das mãos e dos pés.
Os sinais e sintomas da escarlatina são incomuns em pacientes menores de 03 anos de idade, que geralmente apresentam quadros atípicos, com sinais e sintomas inespecíficos, como febre baixa, irritabilidade, anorexia e adenite cervical.
Os médicos diagnosticam a escarlatina avaliando clinicamente o paciente e considerando os sintomas relatados pelo próprio paciente ou por um familiar.
Se por acaso houver dúvidas, o médico pode colher amostras (swab= cotonete próprio para uso laboratorial) de secreção da garganta para pesquisa do Streptococcus pyogenes, exame de sangue para a verificação da quantidade de glóbulos brancos presentes no plasma que indicarão a presença ou ausência da infecção, e realizar o teste rápido para a pesquisa da bactéria presente na garganta da criança.
Como Prevenir e Tratar
Os médicos tratam a escarlatina com antibióticos, eliminando a bactéria e prevenindo complicações. Além disso, manter a criança hidratada e em repouso é fundamental para auxiliar na recuperação.
Alguns médicos também receitam analgésicos adequados para a criança, para alívio da febre e dor na garganta. Além disso, oferecer alimentos fáceis de engolir, como sopas, purês e sucos, ajudam o paciente a não ficar sem se alimentar durante esse período de incômodo na garganta.
A melhor maneira de prevenir a doença, são medidas de higiene e cuidados simples:
Higiene das Mãos: Ensinar as crianças a lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.
Evitar Compartilhar Itens Pessoais: Evite compartilhar copos, pratos, utensílios e toalhas entre membros da família ou amiguinhos da escola.
Isolamento Durante o Tratamento: Crianças com escarlatina devem ficar em casa e evitar contato com outras crianças até pelo menos 24 horas após o início do tratamento com antibióticos, para reduzir, assim, o risco de transmissão.
Limpeza e Desinfecção: Manter superfícies tocadas com frequência, como maçanetas, brinquedos e mesas, limpas e desinfetadas para evitar a propagação da bactéria.
Conscientização e Auxílio Médico
A escarlatina pode parecer assustadora, mas com o tratamento adequado e medidas preventivas, é possível gerenciar a doença de forma eficaz. Além disso, manter-se vigilante aos sintomas e agir rapidamente são passos essenciais para garantir a saúde e o bem-estar das crianças.
Para tornar o acompanhamento e tratamento mais acessíveis, você e sua família podem ter acesso a médicos especialistas 24 horas por dia, de forma fácil e rápida, pelo celular ou tablet. Com o aplicativo Vid, as consultas ficam disponíveis de forma online, podendo ser realizadas de qualquer lugar e em qualquer horário.
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