O Ministério da Saúde classifica a febre Oropouche como uma doença causada por um arbovírus do grupo Orthobunyavirus. Esse vírus foi inicialmente descoberto no Brasil em 1960, quando foi isolado a partir do sangue de um bicho-preguiça que foi encontrado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, o Brasil tinha registrado casos isolados da doença, especialmente na região amazônica. Contudo, agora em 2024, a febre Oropouche se tornou uma grande preocupação, já que até o início de julho foram identificados mais de 7 mil casos no Brasil.
A febre Oropouche é causada pelo vírus Oropouche, que pertence à família dos Bunyaviridae. Ela é transmitida principalmente pelo maruim, um mosquito super comum nas regiões tropicais e que costuma aparecer, especialmente, no final da tarde.
O maruim transmite o vírus ao picar uma pessoa e, em seguida, picar outra pessoa. Além do maruim, outros mosquitos como o Culex também podem estar envolvidos na transmissão. Portanto, adote medidas para evitar picadas de mosquito, especialmente em áreas onde a febre Oropouche é comum.
Por que os casos de febre Oropouche estão aumentando?
As alterações no clima têm tido um impacto direto na proliferação dos mosquitos que transmitem a febre Oropouche. O aumento das temperaturas e a mudança nos padrões criam condições mais favoráveis para a reprodução desses vetores. Períodos de chuvas intensas seguidos por secas podem resultar em acumulação de água parada, que serve como criadouro ideal para o maruim.
Além disso, o desmatamento na Amazônia tem contribuído para a dispersão dos mosquitos. À medida que desmatam as áreas florestais para novas construções e atividades agrícolas, os mosquitos encontram novos ambientes para se proliferar.
Como a febre Oropouche é uma doença relativamente nova em termos de conhecimento e prevenção, a população também não tem uma imunidade coletiva significativa. Por isso, a falta de imunização em massa e a baixa cobertura de campanhas de prevenção podem sim ter contribuído para a rápida disseminação da doença.
Vale lembrar que, embora a Febre Oropouche seja uma arbovirose menos comum e mais endêmica ao Norte do Brasil, cabe o monitoramento dessas doenças em outras regiões mais ao Sul e Sudeste devido a essas mudanças de comportamento climático no país.
Como reconhecer os sintomas
O sintoma mais comum da febre Oropouche é a febre alta. Geralmente, a temperatura corporal pode subir rapidamente, atingindo valores de 38°C a 40°C. Calafrios e sensação de mal-estar frequentemente acompanham a febre, levando a uma sensação geral de fraqueza e desconforto.
Além da febre, que também é comum em outros tipos de viroses, as pessoas contaminadas podem apresentar:
1.Dores Musculares e Articulares: Essas dores podem ser debilitantes, dificultando o movimento e causando grande desconforto. A intensidade dessas dores pode variar, mas geralmente são persistentes e desconfortáveis.
2.Dor de Cabeça e Dor Retro-Orbital: Muitos pacientes relatam dor retro-orbital, ou seja, dor atrás dos olhos, que pode ser particularmente incômoda. Frequentemente, as pessoas descrevem essa dor como uma pressão constante ou uma sensação de peso.
3.Exantema e Erupções Cutâneas: Alguns pacientes desenvolvem exantema, que são erupções cutâneas vermelhas que podem aparecer em diferentes partes do corpo. Essas erupções podem ser acompanhadas de coceira e desconforto. Embora nem todos os pacientes apresentem exantema, é um sinal que pode ajudar no diagnóstico da doença.
4. Fadiga e Cansaço Geral: Os pacientes frequentemente relatam uma sensação geral de cansaço e falta de energia, o que pode persistir mesmo após a febre e outras manifestações diminuírem. A sensação de fraqueza pode impactar significativamente a qualidade de vida durante a fase aguda da doença.
5.Sintomas Gastrointestinais: Algumas pessoas podem experimentar sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. Esses sintomas podem contribuir para o desconforto geral e agravar o estado de fraqueza do paciente.
Em caso de complicações, podem ocorrer manifestações neurológicas, como meningite e meningoencefalite, e manifestações hemorrágicas, todas consideradas muito raras. Os sintomas costumam ficar mais fortes entre o segundo e o sétimo dia, momento ideal para fazer o teste que pode comprovar ou não a doença. Idosos, crianças e imunocomprometidos correm mais risco de complicações, embora elas continuem sendo consideradas raras até nestes grupos.
Por isso, é importante buscar ajuda médica ao apresentar esses sintomas, especialmente se você tiver histórico de exposição a áreas endêmicas ou tiver sido picado por mosquitos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e promover uma recuperação mais rápida.
Diagnóstico e Tratamento: O que você precisa saber
Os médicos enfrentam desafios ao diagnosticar a febre Oropouche devido à semelhança dos seus sintomas com outras doenças virais transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, por exemplo.
O processo diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico revisa os sintomas do paciente, o histórico de viagens e possíveis exposições a áreas endêmicas. Além disso, informações sobre a presença de febre alta, dores musculares, articulares e outros sinais são fundamentais para direcionar o diagnóstico.
Para confirmar, são necessários alguns exames laboratoriais específicos:
Sorologia: Detecção de anticorpos específicos contra o vírus Oropouche no sangue do paciente. Esse teste ajuda a confirmar a infecção viral.
RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase por Transcrição Reversa): Um exame molecular que detecta a presença do RNA viral no sangue ou em outros fluidos corporais. Esse exame é altamente sensível e específico, permitindo, assim, a detecção precoce da infecção.
Hemograma e Outros Testes de Sangue: Os médicos podem realizar testes adicionais para avaliar o quadro geral de saúde do paciente e descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes.
Assim como outras viroses, não existe um tratamento específico para a Febre Oropouche. Os médicos geralmente indicam medidas para aliviar os sintomas e trazer conforto ao paciente, como hidratação adequada, controle da febre e dor, e repouso.
O acompanhamento médico é crucial para monitorar a evolução dos sintomas e garantir que não ocorram complicações. Caso os sintomas piorem ou novos sinais apareçam, é importante consultar um médico imediatamente.
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Febre Oropouche também pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação
Estudos e relatórios recentes confirmaram que a mãe pode transmitir o vírus Oropouche para o bebê durante a gestação. Isso ocorre quando a infecção da mãe atravessa a placenta, afetando o feto. Assim, essa transmissão pode levar a complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, como o aumento do risco de parto prematuro e problemas de desenvolvimento neonatal.
Embora o impacto exato da febre Oropouche no feto ainda esteja sendo estudado, infecções virais durante a gravidez podem causar uma variedade de problemas, incluindo baixo peso ao nascer, prematuridade e complicações neonatais. Gestantes que contraem a febre Oropouche devem receber acompanhamento médico cuidadoso para monitorar a saúde do feto e minimizar os riscos associados.
Para reduzir o risco de infecção e proteger a saúde, especialmente de gestantes e seus bebês, algumas medidas são essenciais e valem para toda a população:
Uso de Repelentes: Aplicar repelentes de mosquitos nas áreas expostas da pele. Para gestantes e crianças, é importante usar produtos que sejam seguros. Siga sempre a orientação do fabricante.
Roupas de Proteção: Vestir roupas de manga longa, calças e meias para minimizar a exposição à picada de mosquitos, especialmente em áreas onde a febre Oropouche é endêmica.
Mosquiteiros e Telas: Utilizar mosquiteiros sobre camas e instalar telas em janelas para, assim, reduzir a entrada de mosquitos em ambientes internos.
Eliminação de Água Parada: Remover ou tratar água parada, como em pneus velhos ou baldes, por exemplo, onde os mosquitos podem se reproduzir.
Monitoramento de Sintomas: Gestantes que apresentem sintomas compatíveis com febre Oropouche, como febre alta, dores musculares e articulares, por exemplo, devem procurar atendimento médico imediato para avaliação e orientação adequada.
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