O câncer de pele é uma das formas mais comuns de câncer, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que a cada ano surgem cerca de 180 mil novos casos, fazendo deste tipo de câncer o mais frequente entre a população brasileira.
A exposição excessiva ao sol e sem o uso de filtro solar são fatores de risco para desenvolver câncer de pele. Em um país ensolarado como o Brasil é preciso ficar alerta para os sintomas da doença e a importância do diagnóstico precoce.
A radiação UV danifica o DNA das células da pele, o que pode levar à formação de tumores. É essencial usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, e evitar a exposição solar durante os horários de pico (10h às 16h). Curiosamente, estudos mostram que cerca de 80% da exposição solar acumulada ocorre antes dos 18 anos, reforçando a importância da proteção desde cedo.
O sinal de alerta deve acender quando surgem manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e também em caso de feridas que não cicatrizam em quatro semanas. Esses sintomas podem ser indicativos do câncer de pele não melanoma, que ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas.
O tipo não melanoma ocorre com maior frequência, tem baixa mortalidade, mas pode causar deformações. Ele é responsável por 177 mil novos casos da doença por ano e apresenta alto percentual de cura se for detectado e tratado precocemente.
Mas além da exposição ao sol sem os cuidados necessários, existem outros fatores que também podem causar esse tipo de câncer:
Uso de Câmaras de Bronzeamento
As câmaras de bronzeamento artificial são amplamente utilizadas por aqueles que desejam manter um tom de pele bronzeado o ano todo. No entanto, o uso dessas câmaras representa um risco significativo para a saúde da pele. As lâmpadas usadas nesses dispositivos emitem raios ultravioleta (UV) em níveis que podem ser até 12 vezes mais intensos do que os raios UV emitidos pelo sol. Essa exposição exagerada pode causar danos profundos ao DNA das células da pele, aumentando consideravelmente o risco de desenvolver câncer de pele.
Estudos realizados pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) concluíram que o uso de câmaras de bronzeamento antes dos 30 anos de idade aumenta em 75% o risco de melanoma, a forma mais letal de câncer de pele. Além disso, o uso frequente dessas câmaras está associado a um aumento significativo no risco de desenvolver outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.
Devido a esses riscos, muitos países e estados têm implementado regulamentações rigorosas ou até mesmo proibido o uso de câmaras de bronzeamento, especialmente para menores de idade. No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso de câmaras de bronzeamento para fins estéticos desde 2009, devido aos riscos comprovados à saúde.
Histórico Familiar
Se você tem parentes de primeiro grau, como pais, irmãos ou filhos, que foram diagnosticados com câncer de pele, suas chances de desenvolver a doença aumentam consideravelmente. Isso ocorre porque certos genes que aumentam a susceptibilidade ao câncer de pele podem ser herdados, fazendo com que algumas famílias tenham uma predisposição maior para desenvolver a doença.
Estudos mostram que aproximadamente 10% dos casos de melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele, são considerados hereditários. Pessoas com múltiplos membros da família afetados pelo melanoma devem ser particularmente vigilantes e adotar medidas preventivas rigorosas. Além do melanoma, outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, também podem ter uma componente genética.
Pele Clara
Pessoas com pele clara, especialmente aquelas com cabelos ruivos ou loiros e olhos azuis ou verdes, têm menos melanina na pele. A melanina é o pigmento que proporciona alguma proteção contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV) do sol. Menos melanina significa maior vulnerabilidade aos danos solares, o que aumenta significativamente o risco de câncer de pele.
Pessoas com pele clara frequentemente se queimam em vez de bronzear ao sol. Esse fato por si só já sugere uma maior sensibilidade aos raios UV. Além disso, um histórico de queimaduras solares graves, especialmente durante a infância, pode aumentar ainda mais o risco de desenvolver câncer de pele, incluindo os tipos mais perigosos como o melanoma.
Exposição a Produtos Químicos
Certos produtos químicos, como arsênico e alcatrão, estão associados a um maior risco de câncer de pele. Pessoas que trabalham em indústrias químicas ou que têm contato frequente com esses produtos devem tomar medidas de proteção adequadas. Na história, a exposição ao arsênico presente na água potável foi responsável por epidemias de câncer de pele em algumas regiões.
Sistema Imunológico Enfraquecido
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, seja por doenças como HIV/AIDS ou por tratamentos como quimioterapia, têm um risco maior de desenvolver câncer de pele. O sistema imunológico desempenha um papel crucial na eliminação de células anormais que podem se transformar em câncer. Estudos mostram que receptores de transplantes de órgãos, que tomam medicamentos imunossupressores, têm um risco aumentado de câncer de pele.
Cicatrizes e Úlceras na Pele
Áreas de cicatrizes e úlceras crônicas na pele podem evoluir para câncer de pele. Essas lesões frequentemente resultam de queimaduras, feridas ou inflamações persistentes e precisam de monitoramento médico constante. A chamada “úlcera de Marjolin” é um tipo de câncer de pele que se desenvolve em cicatrizes antigas, demonstrando a necessidade de vigilância contínua.
Como Identificar e Prevenir
Os sintomas do câncer de pele podem variar conforme o tipo, mas algumas alterações são mais comuns. Se você notar manchas escuras, feridas que não cicatrizam, pintas que mudam de cor ou tamanho, ou lesões com bordas irregulares, é importante procurar atendimento médico.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda a regra do ABCDE para identificar sinais de alerta de câncer de pele:
- A: Assimetria. Quando um lado da pinta é diferente do outro.
- B: Bordas. Bordas irregulares, onduladas ou com formato anormal.
- C: Cor. Presença de duas ou mais cores na mesma pinta ou mancha.
- D: Diâmetro. Lesões maiores que 6 mm.
- E: Evolução. Pinta ou mancha que cresce, muda de cor ou de forma.
Além desses sinais, a SBD alerta para outros indicadores de câncer de pele: lesões elevadas e brilhantes, translúcidas, avermelhadas, castanhas, róseas, com crostas centrais ou que sangram facilmente.
Portanto, é essencial fazer um autoexame da pele todos os meses. Se notar qualquer alteração incomum, especialmente as mencionadas acima, procure um dermatologista o mais rápido possível.
A prevenção e a detecção precoce são fundamentais na luta contra o câncer de pele, portanto é essencial adotar algumas medidas que podem auxiliar no combate a qualquer tipo de alteração na pele:
- Use Protetor Solar: Aplique um protetor solar de amplo espectro com FPS 30 ou superior todos os dias.
- Evite a Exposição Solar Direta: Sempre que possível, busque sombra, use chapéus e roupas de proteção.
- Evite Câmaras de Bronzeamento: Opte por autobronzeadores se desejar um tom de pele mais bronzeado.
- Monitore a Pele Regularmente: Realize autoexames mensais e observe mudanças em manchas, pintas e lesões.
Fale com um médico sem sair de casa
A detecção precoce do câncer de pele aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido. Por isso, consultar um dermatologista regularmente é crucial, e o Vid facilita isso pra você.
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